quinta-feira, 7 de março de 2013

# 94






















Vamos pensar que o homem olha para a imagem e repara primeiro na beleza da mulher. Que uma mulher vê a mesma fotografia e nota a princípio a força do homem. Consideremos tratarem-se dos apelos mais comuns para ambos os sexos, sem desmerecer da beleza dele ou de outros traços que a personagem feminina possa ter mas que não conhecemos ainda. A imagem dirige-se a uma concepção do mundo arquetípica (homem-forte, mulher-bela), em cima da qual se erguem ficções. O modelo é aquilo que permanece e o que diz mais de cada um de nós. É por ali que existimos nos filmes que nos interessam. Que antecipamos filmes que nos podem interessar. Objectos que pela universalidade enraizada nos justificam. Por acaso reparo primeiro na força do homem, porque a minha preocupação fundamental é com a mulher que olha para a imagem e menos com a actriz que nunca poderá verdadeiramente substituí-la.   

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