quarta-feira, 30 de outubro de 2013

# 412



She got the job.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

# 411

"So many of your songs have pain and death in them. What attracts you to these themes?
Isn't life full of pain and woe and sorrow? It's like the slices of life.
As you get older, is that more the case?
Well, I think so. It's a different kind of pain when you get older.
Less mind pain, more body?
Hm-hmm."

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

# 410



Gravity/ Gravidade (2013) deveria ter terminado antes das personagens abrirem a boca, e as suas histórias de vida serem emolduradas num sinfonismo de quinta categoria que é apenas mais um dos absurdos do filme de Alfonso Cuarón. Somos previamente avisados de que no espaço não existem nem som nem oxigénio, para que de imediato a contradição se instale ao nível dos tímpanos (convenção de cinema, eu sei...) enquanto os ouvimos perorar banalidades sobre a filha que morreu criança ou a mulher que fugiu com um outro homem, e a música vir sublinhar a acção e as narrativas passadas para que não se quebre a corrente emocional e o espectador não seja projectado, tal como as personagens, no negro abismo. Gravidade torna-se enjoativo e o refluxo não é produto das acrobacias involuntárias dos dois astronautas, antes resulta de um argumento que tem a idade mental destes novos filmes de super-heróis que se sucedem a um ritmo tal que os torna indistintos, a todos, entre si: mesmo para quem se limita a conhecer-lhes os trailers. Fala-se também do heroismo no feminino, coisa rara no cinema. Por uma vez um filme protagonizado por uma mulher que assume o papel do herói (papel activo), em vez de representar o estereótipo da vítima (papel passivo). É de justiça desmontar a falácia de quem assim argumentar, reportando-nos ao momento em que a personagem de Sandra Bullock é "visitada" em sideral delírio pela figura do astronauta de George Clooney (tão galhofeiro que aparenta a confusão entre o filme onde está e um capítulo da saga Toy Story). Ela salva-se, por assim dizer, por intervenção divina, sendo que a divina figura tem uma vez mais a imagem masculina. Mas talvez este seja o menor absurdo de um filme que os acumula como quem se passeia de estação espacial em estação espacial, como se ali imperasse o mais pragmático esperanto. Gravidade é cinema em modo simulador de navegação pelo espaço, com imagens 3D nunca vistas que impressionam, alimentado por uma narrativa tão juvenil que atenua qualquer angústica ou sério envolvimento que o projecto pudesse querer sugerir. Não detestei o filme. Apenas o achei irrelevante.

# 409

Um sonho está sempre adiantado em relação à vida, por isso se chama de sonho.

# 408

























O dia seguinte. O disco seguinte.

# 407


A Nova Iorque de Lou Reed, com as suas mean streets e dirty boulevards, deixou de existir nos anos 90 do século XX, e agora foi também ele, aos 71 anos, que desapareceu. Paz à sua alma.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

# 406




Palácio de cristAl.

# 405




Tal como na história de Ulisses e as sereias: amarrem-me, que eu danço.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

# 403




























"'cause you can never really tell when somebody wants something you want too"

Por outro lado, quem nunca pediu ao outro que ficasse não tendo a certeza de ser isso que queria, que atire a primeira pedra. "Right is so vague when it brings someone new".

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

# 402






















Jeune et Jolie trouxe um "rosto" para as manchetes de Cannes e do resto do mundo, que durou como todas até à manchete seguinte. Mas o que é que este filme traz à obra do seu realizador? Uma variação sobre filmes anteriores (em particular sobre o filme anterior de François Ozon, Dans la Maison/ Dentro de Casa, de 2012), o que é curto, quando o que existia era de si modestamente significativo: filme de provocador bem comportado. A adolescência, a líbido, o subconsciente, algo para o qual se olha com a curiosidade e o receio do que escapa ao nosso controlo. É o isco de Ozon, desta vez na figura de uma jovem muito bela que se prostitui porque sim. Porque as raparigas "are fucked up". Conclusão a que Louis C.K., por exemplo, tinha já chegado e com mais contundente economia de discurso. Não passou em Cannes. Fez outro tipo de manchete. A do passa palavra, junto com o respectivo link.

(na Festa do Cinema Francês)

# 401

















Noah Baumbach fez um frete à sua musa (Greta Gerwig substituiu Jennifer Jason Leigh, no coração e na tela), e outro frete à sua cinefilia (Eustache, Truffaut, Allen). Frances Ha é filme deslumbrado e um pouco pateta, e ainda num sentido alternativo para a palavra, um duplo frete também.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

# 400

The old magician is back.

# 399




Mary Kate Danaher, uma boa cristã. Retirado da fonte da vida.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

# 398




O regresso do inrrocuptível Vincent Delerm. Quem o conhece, estima-o.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

# 397
































Quer no filme A Rainha (Stephen Frears, 2006) como na mini-série Parade's End (HBO, 2012), é-nos dado a observar e sentir a alma conservadora através dos dois protagonistas: Isabel II de Inglaterra e o aristocrata Christopher Tietjens, interpretados por Helen Mirren e Benedict Cumberbatch. Não encontrei as imagens certas para ilustrar a ideia que passo a exemplificar. No meu entender, nada define a alma conservadora como o amor à terra, mais no sentido de mundo natural que de pátria, e acima de tudo no sentido em que se trata de um mundo que se perpetuaria na sua lógica não fosse a intervenção do homem sobre ele, tantas vezes abusiva. A dada altura, no filme de Frears, a rainha aproxima-se de um veado vermelho abatido em caçada, numa atitude respeitosa, quase compungida, para com o animal (no que este representa) cuja pose majestática tinhamos observado antes, em total harmonia com os espaços em volta. Também Tietjens, que é um indivíduo desprovido de vaidade, quando não consegue evitar o desastre com a charrete onde passeia com Valentine Wannop, de que resulta o ferimento da égua da família da rapariga, abraçará mais tarde o animal pedindo-lhe desculpa pelo sucedido, pela fraqueza da sua alma entorpecida pelo interesse que Valentine lhe despertou, e que conduziu ao acidentado devaneio de que o animal foi o mais prejudicado. Pode parecer fútil aos olhos mundanos esta ligação da alma conservadora a aspectos remotos à nossa vida moderna e citadina. A mim comove-me, imensamente.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

# 396



E tu, tens pedalada para Mountain?

# 395



















«There were numerous tributes from family and friends including one Jerry Jernigan, a prisoner serving 99 years at the Tennessee State Penitentiary where he met Johnny in 1974. Jerry was an aspiring songwriter and gave Johnny a tape of one of his songs, 'It Ain't No Big Thing', which led to a songwriter's contract with the House of Cash.
Jernigan told of an occasion when, feeling particularly lonely and depressed, he phoned Johnny, asking that he simply be allowed to hear his voice. Johnny and June talked to him for 15 minutes, the maximum allowed under prison rules. "Knowing Johnny Cash has given me self-respect, encouraged me to upgrade my morals, and most of all stand up like a man and be counted."»

# 394
















Vinte anos passados continua a ser o filme que prefiro de André Téchiné. A diferença de duas décadas produz os seus efeitos. É bem mais doloroso ver Ma Saison Préferée/ A minha Estação Preferida (1993) quando se deu o salto para a geração seguinte. Este é um filme sobre o mais crucial dos temas: o curso da vida, da juventude à idade adulta, e desta à velhice que para muitos de nós será "o começo do massacre". Há indícios do massacre antes de se chegar a velho, quando percebemos a pessoa em que nos tornámos e que a única hipótese de redenção passa por aceitar quem somos. O curso da vida apresentado por Téchiné está longe de ser tranquilo, os conflitos sucedem-se com uma frieza quase bergmaniana. Bergmaniano é também o falso flashback que coloca Emilie (Catherine Deneuve) a falar com os pais, corpo de adulta no tempo da criança, a dizer-lhes que está muito bem sozinha sem ter um irmão. O irmão nasceu e veio a chamar-se Antoine (Daniel Auteuil). A relação dos dois é marcada por ambiguidades que levaram a que não podendo ficar muito tempo juntos, a cada reencontro o desejo de não-separação fosse igualmente muito forte. E depois existe essa personagem, fortíssima, que é a mãe de Antoine e Emilie, Berthe, interpretada por Marthe Villalonga. Não há lugar à visão beatífica da mulher do campo, trocada por uma figura de personalidade bulldozer que diz o que pensa não olhando a quem possa magoar. A Minha Estação Preferida trabalha o realismo até à alma e até ao osso. Obra-prima para rever em qualquer idade.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

# 393

# 392


Joni Mitchell no iPhoneogram de um amigo.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

# 391





























Dead Man (1995) é um filme falado, tem uma cadência de diálogos como as de grande parte dos filmes a que assistimos, mas é como se Jim Jarmusch se propusesse o desafio, a cada plano, de fazer um mudo. A alma do cinema mudo, a sua expressividade interior feita imagem, está toda em Dead Man, bem distante de exercícios copistas, que se limitam a reproduzir o formato, como o caso recente e multipremiado de O Artista (2011). Johnny Depp é dos raros actores hoje em dia que podiam figurar num filme de D.W. Griffith (1875-1948). Compare-se as imagens de Dead Man e de Broken Blossoms (o que foi possível encontrar desta obra de 1919). E preste-se finalmente atenção às palavras de William Blake, contabilista que se descobre poeta ao dar de caras com o índio Nobody: "Some are born to sweet delight/ Some are born to endless night". Como se apenas com o preto-e-branco da fotografia, que marca igualmente a primeira metade da história do cinema, fosse possível filmar a noite interminável que é a existência de William Blake. Primeiramente um morto-vivo, para no final de Dead Man se tornar num vivo-morto.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

# 390


"Está oficialmente aberta a época de gatos debaixo dos edredões."

# 389





Quando a bigodaça se repete é sempre como farsa.

# 388





















"Ausónio sabia compor versos e ensinar Gramática, e como honesto retor deixava em paz a enigmática trama do universo; dificilmente se haverá perguntado como teriam sido necessárias tantas longas marchas além dos Alpes, uma guerra e a arte militar romana para que ele simplesmente pudesse ser feliz com uma mulher. A mão que nos agrada apertar e beijar comove-nos também por vir de tão longe e porque na forma e na sedução dos seus dedos cooperaram humildemente o Big Bang, o Quaternário, as migrações dos Hunos das estepes da Ásia."

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

# 387






A cicatriz posterior. Só uma ideia.

# 386




















Foi coerente até ao final a filmografia de Sydney Pollack: dos ainda clássicos, um dos românticos. O tema central da sua obra foi invariavelmente o encontro de um homem com uma mulher, tantas vezes concluído numa despedida. Digo tantas vezes com a convicção de que foi em todas as vezes. Pollack levou fora do cinema a mais comum das vidas: em tempos actuais menos comum. Foi casado e pai de família. O cinema permitia-lhe projectar-se nas existências dos seus protagonistas: homens e mulheres. Nos planos finais de A Intérprete (2005), obra que oscila entre a sobriedade fora de moda e a tensão dramática modelada em best-sellers, resultando num tom de muito apreciáveis meias-tintas, registo o último encontro de Silvia (Nicole) e Tobin (Sean). Mais uma despedida. Ela será deportada para África e ele passará a viver com a África dela no pensamento. O casaco de bombazine de Tobin Keller cria a identificação com os heróis do cinema liberal da década de 70 (Redford primeiro entre iguais). África em sonhos de cinema é também Sydney Pollack em estado puro. E em puro estado se foi, guardado nos pensamentos de quem continuará a despedir-se dele através do filmes.

# 385



















Vi recentemente Woodstock (1970), filme de Michael Wadleigh sobre um dos acontecimentos culturais, políticos e sociais de maior relevo no século XX. Não é extraordinário enquanto filme mas é extraordinário como documento. Tem umas habilidades na divisão do ecrã em dois e em três planos de imagem que nalguns momentos resulta, se por bom resultado entendermos a tentativa de nos envolver o mais possível na experiência do que foi ter lá estado. Dizem que a 15 de Março de 2013 acorreu meio milhão de pessoas às ruas de Lisboa. Isto foram os números do Woodstock. 500 mil homens e mulheres de boa vontade reunidos num único sítio. Passei a duvidar dos números daquela manifestação. Em relação à boa vontade de quem foi para as ruas, tem algo a ver.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

# 384




O terceiro homem.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

# 383


Este é do Billy.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

# 382






































O passado tão radioso.

# 381

Contemporâneos.













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