segunda-feira, 20 de maio de 2013

# 215



















Foram os homens do jogo. Jonny Wilkinson e Mathieu Bastareaud. Como só podia ser um, relegaram para segundo lugar a exemplar taxa de conversão do inglês em favor do incansável trabalho de bloqueio do francês. Foi na final da Heineken Cup, a Liga dos Campeões do rugby, que movimenta multidões da mesma ordem numérica da sua congénere futebolística. Jogou-se em Dublin, no novíssimo Aviva Stadium, mas havia directos para França, para as cidades das equipas finalistas, o Toulon (vencedor) e o Clermont Auvergne (digno vencido), onde se podia ver milhares de pessoas que exultavam com as mudanças no marcador. Apanhei o jogo por acaso, e na minha qualidade de entusiasta da modalidade (a nível internacional), penitencio-me por ter perdido os jogos até aqui. Escolhi à pressa um conjunto para apoiar, o que recaiu na equipa do Toulon. As razões: Wilkinson, um mago a fazer passar a oval por entre os postes, e de qualquer posição no campo, e o capitão dos Pumas, Juan-Martin Fernandez Llobe, jogador que muito aprecio. Tinha conhecimento que o rugby é o desporto mais popular em França, no que a Irlanda acompanha, e ao nível deste torneio são países hegemónicos. As equipas francesas têm os melhores jogadores das melhores selecções mundiais: juntam-se ali galeses, franceses, georgianos, ingleses, argentinos, sul-africanos, australianos, neo-zelandeses, uma constelação valente para qualquer dos lados. No Clermont destacaram-se Aurélien Rougerie, o fijiano Napolioni Nalaga, e o All-Black Sitiveni Sivivatu que fez um jogão. A dez minutos do fim já estava 16-15 para os de Toulon, que aguentaram a pressão como puderam, contribuindo para um final de jogo, como é costume dizer-se, dramático. Mais dramático também porque nenhuma outra realização nos coloca tão dentro do jogo como no rugby "duro e puro" filmado "ao mais alto nível". E houve lágrimas, de alegria e de tristeza, foi mesmo lindo.

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