quarta-feira, 11 de setembro de 2013

# 365





















Achei esta imagem logo extraordinária mesmo desconhecendo os contornos macabros da história por detrás dela. Uma criança a quem arrancaram os olhos até às córneas com o intuito de os venderem a um qualquer traficante de órgãos. Não é concebível imaginar o sofrimento a que Guo Bin foi submetido, nem a tristeza que sobre ele se abaterá ao tomar consciência de que nunca mais poderá ver. Mas foi possível para mim olhar a imagem isolada do seu contexto: modo da imagem que "é" imagem se distinguir da vulgaridade de todas as outras. Uma imagem que retrata a experiência inocente do amor, que se traduz somente no prazer da proximidade de dois corpos que se reconhecem. Notem as mãos e os braços de Guo Bin. O urso, em fundo, transforma o resto numa quase alegoria da infância (perdida). Imagem creditada à AFP.

Adenda: alguém chamou a atenção para as notas nas mãos da mulher, pormenor que me tinha passado completamente ao lado.

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