sexta-feira, 16 de agosto de 2013

# 334


Numa idade em que desejava ver sempre mais, surgiu este filme que deixando-me espreitar de todos os lados me ensinou que podemos tudo ver se existir pudor no olhar. Esse pudor estava é claro primeiro no próprio filme, do realizador a quem é atrbuída a frase em epígrafe e magnífica, que partilha das qualidades interiores (e anteriores) ao filme. Um olhar com pudor não se dirige àquilo para que se olha, ou caso o faça é também um erro no destino. O destinatário só podem ser esses mesmos solitários, porque o olhar na verdade nunca os deixa. Desejosos de união que a imagem preenche enquanto fantasma. Onde uns poderão mirar o passado, outros o futuro, mas nunca o presente, pois que o presente se apreende com os sentidos confiáveis.

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