segunda-feira, 1 de abril de 2013

# 143



















Quando o filme de Gus Van Sant, que aqui oferece os seus bons préstimos de realizador versátil ao serviço de um projecto pessoal do amigo Matt Damon, se encaminha para o final, e o drama social se resolve com uma lógica de rapaz perde o emprego mas ganha a rapariga, vemos confirmadas as expectativas de um cinema liberal que procura olhar o nosso mundo pelo confronto entre os interesses económicos e a responsabilidade do indivíduo, mas que cede finalmente a um propósito redentor para conforto das mais vastas plateias.
O espírito de Frank Capra baixa sobre este Terra Prometida de Damon e Van Sant, que tem também o mérito de mostrar vários bons actores a fazerem figura de gente, só que o espectador adulto, se acredita nas composições, terá mais dificuldade em crer nas recomposições. Não é questão de cinefilia mas de consciência. Os limites do filme são os limites da nossa boa consciência, que ditam até onde o conseguimos acompanhar. Tudo aquilo em que conseguimos acreditar.

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