domingo, 18 de maio de 2014
# 561
A série chama-se GIRLS mas aquilo que de mais especial acontece na terceira temporada é da responsabilidade das older women: Patti Lupone, Deidre Lovejoy, Louise Lasser, e restantes. Lena Dunham continua a cumprir com o caderno de encargos de uma agenda feminista inteligente, passando de raspão pelo que é superfícial e dando outro espaço ao mais importante: a criação de personagem e a interpretação por actrizes maduras, carismáticas, com uma tarimba que salta à vista. É uma forma também da série poder captar públicos de gerações diferentes, a que por certo não é alheio o trabalho de produção de Judd Apatow, que nos seus filmes procura sempre inscrever-se numa tradição que se estendeu depois à série GIRLS. A qualidade de representação dos actores experientes contagia os mais novos, e neste aspecto particular GIRLS supera ao terceiro conjunto de episódios a qualidade que lhe era reconhecida.
sexta-feira, 16 de maio de 2014
quinta-feira, 15 de maio de 2014
quarta-feira, 14 de maio de 2014
segunda-feira, 12 de maio de 2014
# 557
Um filme falhado que fica connosco porque as cenas em que Scarlett Johansson aborda estranhos na estrada são maravilhosas. Ali está sempre vestida, mas a sua voz turfada e coloquial despe-(n)os por dentro: antes de lhes vazarem a carne.
sexta-feira, 9 de maio de 2014
# 556
Yo, sou do tamanho do que vejo não o tamanho da minha altura
E o tamanho do meu desejo nunca me deu tontura
Procura e vais encontrar aquilo que não querias
Cem mulheres que fazem fila para ter as minhas crias
Fica sossegado, é o melhor que fazes bode
Isto não é para quem quer, isto é para quem pode
Fode sem sair de cima, melhor vinho da vindima
E pode ser que a minha rima, seja a tua mais a cima
A língua viva é o contrário da língua amorfa. Yo.
quinta-feira, 8 de maio de 2014
# 555
Há quem estabeleça comparações com o Sgt. Pepper's. A mim sugere-me um Neverland para gente crescida.
quarta-feira, 7 de maio de 2014
terça-feira, 6 de maio de 2014
segunda-feira, 5 de maio de 2014
# 551
Refúgio e Evasão. Uma digna assunção da derrota. Impressa a negro. (e outras "cápsulas" do IndieLisboa 2014)
quarta-feira, 30 de abril de 2014
segunda-feira, 28 de abril de 2014
# 548
Para os amigos era uma piada. Invejava-lhe os fatos, a apresentação sempre impecável. Admirava muito mais que isso, e tive a comprovação em directo, numa comunicação sobre Os Lusíadas, da erudição de Vasco Graça Moura, intelectual que abarcava um tempo infinitamente superior ao da sua existência terrena. Para ele todo o meu respeito e toda a minha admiração. Para sempre.
quarta-feira, 23 de abril de 2014
# 547
Beleza e virtude. Também incorro no lapso de fazer corresponder virtude a beleza. Não ao ponto de achar que alguém acusado de crime poderá estar inocente em consequência de ser belo.
Dou o exemplo da jovem artista-performer suíça, Milo Moiré, que numa das intervenções públicas, onde invariavelmente surge completamente nua, vemos deitar ovos enchidos com tinta sobre uma tela: ovos saídos da sua vagina. O comentário que produzi de imediato foi, "a miúda é um traço, não havia necessidade". Faço agora um mea culpa. Isto denota uma visão (a minha) ingénua, deturpada, redutora do mundo. E da mulher. Embora seja também, no caso, a constatação de duas realidades indesmentíveis. A miúda é de facto um traço; e de facto que necessidade existe, à parte do efeito sensacional gratuito, de concretizar intervenções "artísticas" tão rasteiras.
Mas quando a falta à virtude diz respeito à beleza que existe no espaço da nossa intimidade é que é o caraças. Para os que gostam de poder privar com um pouco de beleza.
segunda-feira, 21 de abril de 2014
quinta-feira, 17 de abril de 2014
# 544
Génio é aquilo que gera inúmeras implicações. Este trabalho de Vania Heymann é de génio. Pegar na persona e na mensagem e ocupar o média, o tempo, e a nós todos a quem o vídeo se dirige. Puro génio. Não podia ter acontecido a melhor artista e a melhor canção.
quarta-feira, 16 de abril de 2014
# 543
Posso sempre imaginar que existe uma relação entre o facto de ter procurado em todo o lado por este vídeo e o mesmo surgir onde inicialmente pensei que pudesse estar. De contrário terá sido apenas mais uma coincidência, no espaço de horas de um só dia.
terça-feira, 15 de abril de 2014
sexta-feira, 11 de abril de 2014
# 541
O que é que é ser bom na cama?
Não faço ideia, não sei responder a isso. Mas posso dizer uma coisa: há tanta coisa que os homens e as mulheres têm em comum… Uma delas é o medo da incompetência sexual.
Everything but the girl.
Não faço ideia, não sei responder a isso. Mas posso dizer uma coisa: há tanta coisa que os homens e as mulheres têm em comum… Uma delas é o medo da incompetência sexual.
Everything but the girl.
quarta-feira, 9 de abril de 2014
terça-feira, 8 de abril de 2014
segunda-feira, 7 de abril de 2014
sexta-feira, 4 de abril de 2014
quarta-feira, 2 de abril de 2014
terça-feira, 1 de abril de 2014
segunda-feira, 31 de março de 2014
sexta-feira, 28 de março de 2014
quinta-feira, 27 de março de 2014
# 529
I hate that music is so debaucherous these days. It's all overly sexualized in a perverse way. Love is beautiful, and sex is beautiful, and I don't think those things should be shown in a grotesque way. I'm just attempting to express love and sensuality in a very honest way.
A voz de Rhye pertence ao autor das frases citadas. Stay open.
A voz de Rhye pertence ao autor das frases citadas. Stay open.
quarta-feira, 26 de março de 2014
# 528
Vale de Cocora, por Patrícia Barnabé.
Days of Being Wild, por Wong Kar-wai e Always in My Heart, pelos Indios Tabajaras.
terça-feira, 25 de março de 2014
sexta-feira, 21 de março de 2014
quinta-feira, 20 de março de 2014
# 524
I'm lost
Yes, I am lost
I'll grow a long and silver beard
I'll grow a long and silver beard
And let it reach my knees
I'm lost
Yes, I am lost
And duty will not track me down
And duty will not track me down
Asleep among the trees
Homem de palavra.
Yes, I am lost
I'll grow a long and silver beard
I'll grow a long and silver beard
And let it reach my knees
I'm lost
Yes, I am lost
And duty will not track me down
And duty will not track me down
Asleep among the trees
Homem de palavra.
# 523
Ouvir esta extraordinária entrevista, extraordinária mesmo, e feita por gente que ama e sabe de música que se farta, com o interlocutor ideal, um pouco como se ascendendo aos céus déssemos de caras com o Criador, e pensar na única vez que estive em Londres, e como trazer de lá este disco foi provavelmente a coisa mais importante que aconteceu, para além de ter conhecido a cidade.
quarta-feira, 19 de março de 2014
# 522
Recorrente porque central na minha vida. Chamar de pai a outro, e outro, e a este, e a vários outros.
terça-feira, 18 de março de 2014
# 521
«After all, wouldn’t more women be jealous of the desired woman who cannot orgasm than of the orgasmic woman who is not desired?
Meana asserts that this aspect of female sexuality explains the prevalence of rape fantasies in the female fantasy repertoire. Rape fantasies, in this understanding, are actually fantasies about surrender, not out of masochistic yearnings to be harmed or punished, but out of the female desire to be desired by a man to the point of driving him out of control. By this logic, the fantasy is actually about surrendering voluntarily after the coveted man, in his inability to stop himself, attests to the woman’s own supreme desirability.
According to this view, monogamous marriage does work for women on a certain level: it provides security, intimacy, and help with the children. But it also suffocates female sexual desire. As the mischievous author Toni Bentley wrote recently: “There is virtually no female sexual problem—hormonal, menopausal, orgasmic, or just plain old lack of interest—that will not be solved by—ta-da!—a new lover.”»
segunda-feira, 17 de março de 2014
# 520
Felicidade não é mais que a suspensão da descrença de que a felicidade tem os minutos contados.
sexta-feira, 14 de março de 2014
quinta-feira, 13 de março de 2014
# 517
«A idade traz destas coisas»
Mais que um "gosto" ou qualquer manifestação imediata de cumplicidade ou concordância, o comentário revela experiência. A inteligência de quem o faz ilumina o que o destinatário sabia sem estar pensado. Comunicamos alguma coisa quando falamos de música se for de nós próprios que falarmos.
quarta-feira, 12 de março de 2014
# 516
Ridículo para os que passaram ao lado de uma vida interessante, grandioso e verdadeiro para quem tiver algures o seu MacArthur Park. Os meus ficam nos jardins da Gulbenkian e do Museu do Teatro. Lisboa tem mais espaços verdes...
terça-feira, 11 de março de 2014
# 515
A bolacha do cd de Crimson / Red procura reproduzir, na medida do possível, o disco de vinil, e eu procurei representar em pensamento, da primeira vez que escutei o álbum, e foi apenas ontem, o ritual de ver a agulha baixar.
segunda-feira, 10 de março de 2014
quarta-feira, 5 de março de 2014
# 509
Distinguir música calada da música que pede que nos calemos. Onde quer que fosse escutada, em qualquer circunstância, deveríamos obedecer-lhe.
terça-feira, 4 de março de 2014
# 508
Uma personagem que fica por explicar, num filme que deixa algumas coisas sem explicação. A começar pelo Mal, que nenhuma justificação apazigua.
# 507
É uma história simples que em modo desacelerado se desloca do Montana até ao Nebraska, trocando o pequeno tractor do filme de Lynch por uma viatura mais convencional. Parece feito de secura mas está cheio de açúcar: até a cerveja é açucarada. Cheio de ternura pela senilidade que se manifesta discreta (a senilidade) mas previsivelmente (a ternura). Para mim o filme de Alexander Payne mais aborrecido, não pela transparência e linearidade da estrutura, mas pela insipidez embasbacada dos sucessivos encontros (episódios) e a sua falta de qualquer coisa com mais nervo que esta papa de cinema em artístico preto e branco.
# 506
Quando alguém no início do filme saca e põe a tocar o vinil do Slowhand de Eric Clapton, vi ali sinal de que August: Osage County podia ser um filme diferente, ou pelo menos um pouco melhor que a fraca generalidade do cinema em exibição. Mas a mão de Tracy Letts (argumentista) é bruta e a de John Wells (realizador) é branda, e o filme logo se encaminha para um registo de paródia involuntária da dramaturgia sulista. Tem uma grandiosa Meryl Streep e um conjunto de actores de qualidade investidos de caricaturas sem carisma cujo único propósito parece ser o de fazer brilhar a megera matriarca no seu cáustico cinismo.
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
# 499
A diferença das canções de Joni Mitchell é que parecem tiradas da vida vivida. Leiam só este bocadinho e depois escutem a música inteira:
He comes for conversation
I comfort him sometimes
Comfort and consultation
He knows that's what he'll find
I bring him apples and cheeses
He brings me songs to play
He sees me when he pleases
I see him in cafes
(...)
But I'll listen to his questions
I'll give my answers when they're found
He says she keeps him guessing
But I know she keeps him down
She speaks in sorry sentences
Miraculous repentances
I don't believe her
Tomorrow he will come to me
And he'll speak his sorrow endlessly and ask me why
Why can't I leave her?
He comes for conversation
I comfort him sometimes
Comfort and consultation
He knows that's what he'll find
I bring him apples and cheeses
He brings me songs to play
He sees me when he pleases
I see him in cafes
(...)
But I'll listen to his questions
I'll give my answers when they're found
He says she keeps him guessing
But I know she keeps him down
She speaks in sorry sentences
Miraculous repentances
I don't believe her
Tomorrow he will come to me
And he'll speak his sorrow endlessly and ask me why
Why can't I leave her?
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
# 497
Um disco que estará sempre à frente do que dele disserem, e que obriga a uma escuta activa, incondicional, sob pena de não valer a pena sequer abrir a boca, a não ser de espanto.
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
# 496
I don't mind the quiet
Or the lonely nights
I don't miss the funky attitudes
And I don't miss the fights
I lie on the couch 'til suppertime
And hunker down and read the Post
And that's when I remember the things I miss the most...
# 495
As melhores canções de Van Morrison são como mantras. Morrison é um místico das coisas comuns e das outras também. Continua a escrever mantras e a cantá-los: esta música é do disco de 2008, Keep it Simple. A gente depois encontra o mantra e deixa-se ir por ele.
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
# 481
Ouvi contar que o eminente professor de argumento para cinema, Robert McKee, considera Meryl Streep o maior "actor" vivo. Philip Seymour Hoffman era "a" Meryl Streep da minha geração. Um actor gigante, versátil, muitas vezes inquietante, e sempre convincente. Fez todos os registos e não lhe recordo um papel que não marcasse os filmes que fez. Para mim será sempre "The Master". Quando desaparece um mentor como Philip Seymour Hoffman, essa ausência faz-se notar no tempo presente e no futuro também. Ele era tão grande assim.
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