segunda-feira, 28 de julho de 2014

# 602

























«Todos os adultos merecem, além de uma existência digna, ter os seus brinquedos. A própria dignidade da existência depende da possibilidade de aceder a essas fantasias juvenis - ouvir música, para uns, andar de canoa, fazer mergulho ou comprar flores, para outros. Para isso é preciso ter disponibilidade, na mente e na carteira. Ter pouco dinheiro exige uma seriedade existencial permanente e a extinção de pequenos prazeres, essencialíssimos. Vestir a fatiota de adulto a 600 % é destino incompleto e ansioso que não se deseja a ninguém. Alguma coisa anda a falhar, anda. Vimos ao mundo também para isso mas não só para isso. Ou por outra: as contas que levamos daqui não são as da máquina de calcular.»

Arquivo do blogue